RJ está em alerta máximo contra novos ataques a UPPs
Três Unidades de Polícia Pacificadora foram atacadas na quinta-feira (20).
Cabral e Beltrame foram a Brasília pedir apoio das Forças Federais.
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O ministro e o governador não informaram quais serão as tropas federais que vão para o estado nem a quantidade de homens que serão enviados. De acordo com Cardozo, as informações são mantidas em sigilo por motivo de segurança.
"Que forças vão, onde vão atuar, como vão intervir, não vou responder. Questões de segurança pública são tratadas sigilosamente", afirmou o ministro.
A decisão de pedir ajuda foi tomada durante a madrugada, depois que as autoridades do estado se reuniram por mais de duas horas com o gabinete de crise, convocado em caráter de urgência após ataques em três áreas de UPPs na quinta. O mais grave deles aconteceu em Manguinhos, na Zona Norte, onde o comandante da UPP do Mandela foi baleado e a base da unidade ficou completamente incendiada. Outro PM levou uma pedrada na cabeça. Os dois foram socorridos e não correm risco de morte.
“Nós estamos todos em prontidão, com folga diminuída, ocupando espaços na cidade pra evitar que haja qualquer tipo de ameaça ao cidadão carioca, então nós estamos com força total nas ruas do rio de janeiro”, afirmou Beltrame.
'Vamos passar a vida resolvendo crises'
Terminada a reunião, o secretário de Segurança Pública do Rio fez severas críticas ao tratamento que se dá à segurança pública no Brasil. Beltrame qualificou como "arcaico" o sistema penal e prisional do país, falou sobre o problema do crescente uso de crack, a falta de controle das fronteiras, a maioridade penal e o uso de armas de fogo por parte da população civil.
"Se não discutirmos isso tudo de forma ampla, vamos passar a vida inteira resolvendo crises e não efetivamente resolvendo o problema da segurança pública", destacou o secretário.
Sem recuo
Antes da reunião com o gabinete de crise, o governador do Rio informou, por meio de nota, que não irá recuar. Segundo ele, esse tipo de atentado equivale a "uma tentativa da marginalidade de enfraquecer a política vitoriosa da pacificação, que retomou territórios historicamente ocupados pela bandidagem para o controle do poder público". De acordo com Cabral, o governo do estado mantém o firme compromisso assumido com as populações das comunidades e com a população de todo o estado do Rio de não sair, em hipótese alguma, desses locais ocupados e manter a política da pacificação".
'Alerta total'
O comandante das UPPs do Rio, coronel Frederico Caldas, disse em entrevista à GloboNews que a Polícia Militar está em estado de "alerta total" após os ataques a três comunidades com UPPs em pontos distintos da cidade – entre elas, duas sedes – na noite de quinta-feira. "A partir de agora, a gente entra em um regime de atenção total, de alerta total", afirmou Caldas.
Em Manguinhos, ocorreu o pior ataque. Criminosos atearam fogo à UPP Mandela, o que consumiu completamente os contêineres da unidade. O comandante da UPP, capitão Gabriel Toledo, foi baleado, e outro policial levou uma pedrada na cabeça. Tiros também foram registrados na UPP do Alemão.
"Na região de Manguinhos, a UPP Mandela teve os registros mais graves. O estado de saúde dele [capitão Gabriel Toledo] é muito bom. Ele foi baleado na perna com um tiro de pistola. Eu acabei de visitar o outro policial [atingido] que está com um ferimento na cabeça, alvo de uma pedra", completou Caldas.
O comandante das UPPs disse ainda que o policiamento foi reforçado em todas as bases dessas unidades no Rio e que a PM está "com uma mobilização grande para evitar que novas ações aconteçam".
"A gente está muito atento para evitar que aconteçam novas ações por parte de marginais. Não há dúvidas de que a gente vai retomar [o controle]. Não há a menor possibilidade de recuo na pacificação", concluiu Caldas
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